sábado, 10 de janeiro de 2015

Solar: mais empresas estudam abrir fábricas no Brasil

Além de módulos, interessados prospectam produzir inversores e estruturas

Ao menos seis empresas estudam seguir o mesmo caminho trilhado pela SunEdison e pela Pure Energy de investir em fábricas no Brasil para produzir equipamentos para o setor solar, segundo o diretor-executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, Rodrigo Lopes Sauaia. Sem revelar o nome ou a origem das interessadas, o executivo revelou que os agentes pretendem produzir módulos, inversores e estruturas. "Estamos com boas expectativas para o setor em 2015."
Sauaia destacou a importância do governo manter uma sinalização positiva para o setor. Ele elogiou a abertura do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social de financiar tanto equipamentos nacionais como importados, mesmo que sejam a taxas menos atrativas. Ele explicou que a instalação de fábricas no Brasil passa pela importação de componentes e máquinas, e que o apoio do BNDES é fundamental para viabilizar essas iniciativas.
Outro sinal importante a ser mantido é o da participação, em condições competitivas, da fonte nos leilões promovidos pelo governo. A expectativa da associação é que a solar esteja presente em um futuro leilão de reserva neste ano. "A Absolar insiste que se contrate ao menos 1.000 MW/ano em projetos, para dar uma base mínima para o desenvolvimento da cadeia produtiva."
Geração distribuída - Outro potencial caminho apontado pelo diretor da Absolar é o da geração descentralizada. Com os reajustes tarifários esperados para este ano, variando entre 20% e 30%, segundo Sauaia, a geração distribuída ganha mais competitividade. "Atualmente a geração distribuída tem 300 sistemas conectados à rede, sendo mais de 90% fotovoltaicos", disse, destacando facilidade de instalação desse tipo de geração, que não precisa de licenciamento ambiental e está quase sempre próximo ao ponto de consumo.
Além disso, existe a expectativa de que ocorra um aprimoramento da Resolução Normativa 482/12, que regulamenta a microgeração no Brasil. O tema está na agenda da Agência Nacional de Energia Elétrica deste ano. "É uma oportunidade de trazer melhorias para esse modelo, fazer com que o mercado cresça de forma mais acelerada, que hoje está muito aquém do potencial."
Por fim, ele destacou o envolvimento do Confaz e da Receita Federal em discutir a questão da tributação da geração distribuída. "Isso precisa ser discutido com bastante prioridade neste ano. É importante a retirada desse obstáculo, que tem atrapalhado o desenvolvimento do mercado."

Fonte: Wagner Freire, da Agência CanalEnergia, Negócios e Empresas 
08/01/2015

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